quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Âncora (1)

És tu.

A puxar a gola do casaco, a tapar a boca e o fumo, vapor de água, condensação. O Teu quente contra o mundo frio.

És tu, meu docinho.

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Agora é verão e eu fujo do calor. Fujo para o norte, para as montanhas. Fujo para sítios de calças de ganga e mangas compridas. Fujo para ti.

Não sei se sou importante agora, se sou importante de referir. Mas digo-te: existo enquanto mãos frias, pontas de dedos rosadas e palma escondida à procura do calor nas malhas largas e grossas da camisola. Não sei o que sou: Sou uma dúvida existencial ainda, mas agora sem palavras, uma dúvida e o resto confunde-se-me Duvido até da minha auto caracterização aqui, duvido da possibilidade de uma, duvido da existência de carácter, personalidade, mas nada tenho para o justificar. Tenho uma dúvida e depois canso-me, acabo.
Inspiro.

Não sei o que dizer.

Agora estou cansado sem ti, Laura. Acho que é tudo. Minto: Cansado e frio. Isso és tu, meu amor, meu docinho. Minha Laura.
Estou nas montanhas, na casa onde ficámos há três anos quando nos conhecemos e tenho saudades tuas.

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